A “mãe” de uma Lua em Libra

É fácil imaginar que a “mãe” - entendida como estrutura vincular que vai além da mãe concreta - será extremamente sociável e muito interessada em manter vínculos harmoniosos e complacentes com o mundo. Como em toda a Lua em ar, o afeto aparecerá mediado por um forte laço vincular e, neste caso, a importância do outro para a “mãe” será tal que a capacidade de compreender os demais constituirá o requisito essencial para que esta criança sinta que obtém carinho e segurança.

Podemos imaginar uma família em que um - ou vários - de seus componentes propiciam uma intimidade quente sempre preparada para receber visitas e inclusive estranhos. Estes devem ser atendidos e agasalhados da melhor maneira, antepondo suas necessidades aos dos membros do lugar. A intimidade deve contentar os outros, ficando assim exposta e aberta: fica registrado na criança como um suporte básico da existência. No circuito afetivo sempre haverá um “outro”, presente ou virtual, diante do qual deverá aparecer sorridente, amável e elegante: um ser intimamente social.

Isto cria, evidentemente, um campo muito exigente para uma criatura, que se vê forçada a adaptar-se ao meio, de um modo semelhante ao que vimos na Lua em Virgem. A presença dos outros na intimidade fará que a casa e seus habitantes respondam geralmente a fortes critérios estéticos e que estejam sempre arrumados para a “chegada das visitas”. Sempre há gente entre a mãe e a criança. No imaginário ela nunca está só com a mãe, e nesta socialização se vê obrigada a dar constantemente respostas ao desejo dos outros.

Isto não ocorrerá através de um comportamento hiper-maduro como da Lua em Virgem, ou de brilhante intelectualidade como em Gêmeos, e sim de refinamento e de amabilidade.

Os gestos e movimentos serão então objeto de uma contínua atenção: sempre se estará tentando fazer com que os outros se sintam bem, de não realizar o gesto incorreto e de não adotar a atitude inadequada.

Quem sabe a cena infantil que melhor identifica a cena desta Lua é a chegada do bebê em sua casa, encontrando-a cheia de visitas: estão todos reunidos em um salão elegante, tomando o chá esquisitamente preparado. Então, a mãe diz: “que linda é minha filha”, “vocês não acham”, “Querida, porque não toca um pouco de piano ou recita uma poesia para nós?”. Esta imagem condicionante é muito potente e nela se gera um circuito pelo qual, pese a abertura e a socialização, não se busca a carga afetiva nos outros e sim que toda a atenção está colocada na mãe através dos outros. Neste agradar aos outros para “mãe”, se configura numa atitude que na idade madura condicionará sutilmente a grande sociabilidade destas pessoas.

É possível que artistas ou pessoas ligadas a arte e a beleza estejam presentes no núcleo familiar, ou seja, extremamente valorizadas por esta pessoa, a importância da cultura, o compromisso social e os valores estéticos podem ocorrer com insistência nas conversas familiares, criando um ambiente de idéias refinadas e objetivos sociais do qual a criança se alimenta.

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