Cortes e resistências.

Em minha opinião, o primeiro passo é compreender a estratégia inconsciente que leva a Lua em Aquário a “colocar-se sempre do lado de fora” das situações. Logo, terá que dispor-se em tomar contato com a intensidade temida para ir aumentando o umbral de tolerância. Não é fácil para a pessoa aceitar essa “dieta” de aumento progressivo de intensidade emocional e que se anime a explorar onde se corta o “fusível”, porque possui infinitos recursos emocionais para não submeter-se ao processo. O outro ponto do trabalho é questionar o corte que diz “os desconectados são os outros...”.

Sempre é bom recordar que o campo energético não varia e que só nossas reações ainda é que podem fazê-lo. Ainda que cause angústia escutá-lo, não é possível evitar que apareçam os cortes nessa Lua. O momento mais intenso de uma terapia, como dissemos, o terapeuta pode chamar a pessoa para dizê-la que deve ir viajar... Por isso um terapeuta que trabalhe com pacientes que tenham a Lua em Aquário devem cuidar desse tipo de situação porque sempre se manifestarão novas cenas do campo energético, que darão a oportunidade de confirmar o mecanismo.

O amadurecimento, então, vem passo à passo, a medida que a pessoa descubra que o corte não é uma interrupção definitiva e sim um momento dentro de um processo onde não é necessário acionar o pânico - colocando a máscara de desapego - e sim deixando-o atravessar pela experiência. Desta maneira o resto do sistema, em sua integração, poderá descobrir a resposta mais adequada a situação.

Se a pessoa compreende que sua “válvula emocional” está distorcida pela contração espasmódica inconsciente - e em conseqüência, não tem elasticidade para acompanhar o processo - quem sabe habite em seu interior um espaço de busca e aprendizagem, antes de sucumbir ao corte. Relaxar a inconsciente contração plasmódica do diafragma é algo importantíssimo nesta estrutura. Ao dar significado ao seu imaginário devastadoramente incontido e aprender a dar o tempo necessário para que os processos emocionais se desenvolvam em toda a sua amplitude, poderá compreender também os outros. Advertirá que quem participa de seus vínculos compartilham um jogo em que, alternadamente, enquanto um intensifica o outro interrompe, enquanto um parece frio, distante e imprevisível o outro se mostra apaixonado, etc.

Em geral compreender nossa estrutura não é compreender-nos na solidão de nossa imaginação e sim um jogo de reações com os demais. Este é o cenário onde se manifesta a realidade da carta natal em cada momento da vida, mais além da clareza mental que temos a respeito dela.

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