O campo afetivo: começa a constituir-se o circuito.

Nesta história - que nós sabemos, de uma ou de outra forma tem que se cumprir - a mãe, a família, o meio davam mensagens afetivas através do corpo, do alimento e do dinheiro. No mundo infantil assim ambientado circula esse código peculiar: dinheiro e afeto, comida e segurança sensualidade e proteção. Estes estímulos estão guardados na criança em três fases: primeiro e fundamental, na energia que o mesmo traz ao nascer, e o que ele é. Em segundo lugar, em torno do nascimento e da infância. E em terceiro lugar, a memória emocional que herdará no futuro adulto, onde ainda o imaginário de um mundo seguro e imutável, em que toda a necessidade se acomoda quando se tem essas condições.

Nos primeiros passos deste processo não entram nenhuma dificuldade já que expressam a energia básica e mais ativa nos primeiros anos, através da qual são filtradas as outras cargas do campo energético. Mas a partir dali, da estabilidade e solidez corporal, a criança experimentará o resto do desenvolvimento de sua vida. Isto quer dizer que a manifestação do Ascendente, as cenas ligadas a casa XIS ou qualquer outra casa, serão vividas em sucessão desde a identificação primária com a qualidade lunar taurina. Esta primeira identificação é necessária porque permite organizar uma futura identidade mais madura. O conflito aparece quando a identificação lunar não se dissolve em uma identidade mais incluída, e sim que independerá e permanecerá como uma estrutura autônoma. Desde essa identidade dissociada, o adulto - com a Lua em Touro neste caso, ainda que tudo o que foi dito anteriormente é válido para as outras luas - seguirá sustentando de modo inconsciente esse modo peculiar entre, corpo, afeto, segurança, inércia e dinheiro. Este é o contexto conhecido e seguro, que a pessoa tenderá a recriar inibindo a expressão de outras qualidades presentes em sua estrutura, especialmente aquelas ligadas a velocidade, a liberdade, a ação e o abstrato.

Ampliando a descrição em seu meio familiar, é muito provável que neste estejam extremamente valorizados o dinheiro e a propriedade, não em função da abundância possível e sim de segurança que estas trazem. Verão muitas Luas em Touro nascendo em meio a inseguranças econômica e inclusive com ausência de recursos, mas nos quais toda a energia familiar está dirigida a obtê-los. Em todos os casos o desfrute pela comida será um traço predominante na família, sendo bastante característico que alguém muito querido dedique muita energia ao prepará-la. Dar de comer de forma abundante e elaborada é uma mensagem afetiva central para estas pessoas. O gozo emocional de compartilhar a comida, de dá-la e recebê-la, pode ser uma marca da infância que permanece associada a felicidade e a completude.

A imagem do proprietário está muito arraigara ao meio familiar, tanto por presença como por recordação ou impossibilidade, causando neste último, uma forte ligação. Aparece com freqüência como parente ou amigo dos pais, a figura que possui muitos bens materiais e desfruta profundamente deles.

As conversas ao redor da mesa abundantemente provida giram ao redor da importância de posses de terras ou muito dinheiro acumulado no banco, grandes negócios ou possíveis aquisições. Alguém com estas características estará presente ou será evocado com nostalgia em alguma recordação familiar de épocas passadas, ou inclusive como arquétipo sonhado para emergir de uma sensação de carência material.

O costume de presentear - que um objeto condense a mensagem de amor - é uma pauta forte, que se ordena estruturalmente com a percepção primária da mãe como presença amorosa corporal e objetiva, dominante na criança.

É evidente que todos passamos por este estágio em que a mãe é, ao mesmo tempo, objeto de amor e alimento. Para a criança com a Lua em Touro não é alguém que simplesmente ficou fixado neste etapa da evolução psíquica. Todo o comportamento e o ambiente emocional da família se desenvolve de forma redundante sobre esta articulação original; e isto não ocorre só na infância e sim ao longo dos anos, reforçando constantemente a pauta. Porque, de resto, esta é a pauta.

É muito comum também que os pais tenham matizado o afeto através do dinheiro e dos ganhos, iludindo muitas vezes o contato emocional, ou uma atenção mais plena às necessidades da criança, com a administração de abundantes bens materiais.

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