A segurança do imutável.

Ou seja, que psicologicamente e como início, esta Lua parece ser o melhor para a criança... O problema é que - visto de forma histórica e não energética - a partir dos estímulos corporais maternos e a recorrência das mensagens afetivas familiares ligadas a comida e ao dinheiro, é muito possível que se fixe em níveis mais profundos da necessidade da presença do material como objeto imutável e permanente. O contato com aquilo que - pelo menos no plano da fantasia - se mantém sólido e inalterado é condição de segurança e de amor. Em conseqüência, quem sabe o mais complexo desta Lua é a grande dificuldade para o contato, porque toda a modificação, alteração ou fragilidade de uma situação acabam conotadas como perigosas e inclusive como aterrorizantes. Não pode tocar e afirmar algo que não desaparecerá, remete a um vazio emocional devastador para o nível primário que não pode ser integrado a estrutura adulta. Em conseqüência, um nível muito básico destas pessoas teme irracionalmente toda modificação das situações que se constituem como garantias de imutabilidade. Quando os níveis mais maduros compreenderem a necessidade do contato, haverá uma renúncia profunda a modificar as circunstâncias, a explorar as possibilidades e a desprender-se de situações esgotadas. Nestas pessoas aparecem um inevitável paradoxo: ao buscar a máxima segurança em um estágio natural das coisas os leva irremediavelmente a enfrentar situações em que - cedo ou tarde - experimentarão uma extrema insegurança.

Como a proteção é tangível - o corpo, com sua presença irremovível - a segurança fica posta na inércia e no que cresce sem mover-se do lugar.

Isto soa “mais vale o mal conhecido que o bem desconhecido”.

Bom, vocês verão que em toda a pessoa com a Lua em Touro há uma forte tendência a ficar muito mais tempo do que o recomendado no trabalho, vínculos e situações. Há uma inércia muito grande, um permanecer estático que expressa seu medo ao contato e aos imprevistos. Estas pessoas podem ater-se inconscientemente a lugares e relações porque a perspectiva de seu mundo terminar ou a posição que estão acostumados às faz entrar em pânico e dispara nelas uma forte sensação de desproteção. Em geral, quando desaparece o que pede a Lua, algo de ordem muito básica se desespera ou, pelo menos, se assusta. Num nível quase vegetativo acreditamos que isto deveria estar sempre garantido para nós. Neste sentido, para uma pessoa com o Sol em Touro também resultará em grave um contato imprevisto ou se ficam sem dinheiro, mas para alguém com a Lua em Touro, a sensação será de terror. Quando se ativa o mecanismo primário a pessoa pode: permanecer durante muito tempo em uma mesma situação. Esta permanência é algo que lhe dá segurança, ainda que esta situação, vista objetivamente, implique estar parada durante anos em uma cozinha, sem dar-se conta.

Esta Lua dá uma base tranqüila e calma, que se move em direção ao seguro, mas pode fazer também a pessoa muito mais lenta do que na realidade corresponde ao conjunto de sua energia. A inércia como mecanismo de segurança pode chegar em alguns casos ao estancamento e inclusive o alejamento. Aprender o movimento da vida se faz difícil, por tanto podem ficar inibidas as atitudes até a exploração e a soma de erros. A energia de Touro é lenta em geral, mas no caso, o mecanismo lunar pode chegar a ser vegetativa.

Aqui devemos observar o resto da estrutura e ver que as diferenças tendem a reforçar-se psicologicamente, polarizando os traços.

A distância entre um Sol em Aquário e esta Lua, por exemplo, é difícil de salvar. O medo inconsciente da Lua em Touro a nível uraniano, com sua velocidade e imprevisibilidade, lhe fará afirmar-se exageradamente em certas situações até que - com a aparência de “imprevistos do destino” ou como necessidade de descobrir-se a si mesmo - se ativará na dimensão aquariana de sua energia. Isto seguramente a levará a algumas situações para a qual não estará em absoluto preparado. Esta é a modalidade com a qual contrabalança o sistema, mas ele reforça o terror da lua ao contato e ao vazio, levando a pessoa a procurar novamente algo no qual afirma-se. E assim é como se instalam os giros, em um círculo vicioso.

Mas é através desses movimentos concretos, com suas inevitáveis dificuldades, que se vai resolvendo o mecanismo lunar. Por suposição, importa observar com atenção os requerimentos inconscientes que podem desviar ou demorar em excesso um processo. Em um exemplo como o anterior - ao ver-se obrigado a despedir-se rapidamente de uma situação e ser levado a algo novo - surgirá uma forte necessidade do contato corporal. A “voz da Lua” argumentará em relação a insegurança econômica, que podem ser reais mais que provavelmente se exageram , desviando a energia até a obtenção do material e perdendo liberdade e criatividade. Nos momentos em que se impõe o desconhecido, a intensificação da vida sexual ou a excessiva importância dada a comida, ou ao estado estético do corpo serão outras respostas recorrentes para que os níveis emocionais recuperem a calma.

É muito evidente que o contato físico assegura e tranqüiliza estas pessoas. A demonstração de afeto e carinho através de sinais corporais é imprescindível quando atravessa situações emocionais difíceis.

Ou seja, o amor platônico aqui é muito improvável.

Sim, ou bem incompreensível. Dizer-lhes “te quero” a estas pessoas é absolutamente irrelevante, se não acompanha demonstrações corporais. Como são naturalmente ternas e carinhosas buscam espontaneamente o contato corporal, mas este muitas vezes pode ser animado ou contaminado por uma erotização primária.

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