Racionalidade, eficiência e praticidade.

Na Lua em Virgem há sempre uma mente que testa, que calcula todas as possibilidades e que se instala no lugar do observador crítico das situações, com a qual se protege do inesperado, provenha isso do interior ou do exterior. Seguir procedimentos minuciosos nos quais é preciso respeitar uma seqüência de passos, ou nos que cada detalhe é importante, fica inconscientemente valorizado pela segurança emocional que proporciona, levando-as a enfatizar exageradamente os métodos e a forma de fazer as coisas, em detrimento da exploração e improvisação. É evidente que nesta Lua o contato com o afeto aparece através da eficiência, da racionalidade e o desenvolvimento de atividades úteis e valorizadas pelos demais.

Um traço comum - que sintetiza a versão de não estar preparado diante dos imprevistos e o desejo de ser útil através da praticidade - é que geralmente levam consigo todo tipo de instrumento, remédios e coisas eventualmente necessárias, porque o ideal é que nenhuma emergência os pegue desprevenidos. É possível reconhecer, uma Lua em Virgem, porque todos recorrem a seu “bolso mágico”, que sempre está a serviço de quem necessite, por qualquer problema, fazendo com que se sinta útil diante de todos.

É sempre muito bom ter amigos assim...

Bem, vejam se esta frase não resume o núcleo da problemática da Lua em Virgem. Os demais pensam assim dessas pessoas, as querem desta maneira e por essa razão, porque “sendo útil se consegue afeto”. Isto é como um núcleo ecológico, ali há energia disponível se o ocupa e, precisamente, este é o padrão interativo que reforça a imaturidade do mecanismo desta Lua. A pessoa nasce com uma qualidade que, nesse momento, é um talento e uma modalidade energética organizada das primeiras experiências, a qual a criança explora o campo total de qualidades com que nasceu. Até aqui não tem nenhum problema. Logo, isto se traduz, pelo desdobramento natural dos campos de energia, em um cenário que condiciona a experiência afetiva de uma maneira particular, como já temos visto, para a Lua virginiana, isto se dá com a ordem, a racionalidade, etc. Agora bem, chegamos ao ponto em que este condicionamento natural e necessário transforma o modo de experimentar o afeto e a segurança em um hábito, começam a reforçar-se inumeráveis situações em que, inconscientemente temerosa e insegura, a pessoa com esta Lua obtém afeto sendo útil aos demais. Há afeto disponível para quem seja útil, assim, como com outras Luas haverá para quem seja brilhante e engenhoso, ou para quem prepare uma rica comida, ou para quem se lance rapidamente à ação.

Todos esses mecanismos lunares encontram o modo de eternizar-se, mas é importante dar-se conta que não se perpetua a capacidade de ser útil, inteligente ou vital, e sim o temor e a insegurança infantil que cria uma ilusão ao redor desse comportamento. Ali há uma inércia, uma falta de vitalidade e, sobre tudo, uma exclusão sistemática de outras qualidades que integram o sistema, fazendo que a pessoa obtenha um suposto afeto mediante este comportamento à custa do empobrecimento de sua personalidade como um todo integrado. Neste caso, a pessoa não está sendo útil e serviçal de um modo totalmente mecânico, através do qual obtém outra coisa que não pede explicitamente, basicamente, segurança e afeto. Esta contaminação emocional inconsciente dos atos motivados pelo mecanismo lunar é a que cedo ou tarde revelará a inadequação destas condutas. Se estivermos deprimidos, o amigo da Lua em Virgem geralmente nos ajudará a organizar as coisas e a terminar as tarefas pendentes. Não nos dará um abraço ou um beijo, nem se conectará diretamente com nossas emoções, estas se encontram mediadas por esse hábito e a mensagem emocional toma essa forma. Mas o mais complicado está na própria pessoa, porque vai em busca da segurança e do afeto através do conhecido caminho de mediações e assim, começando com uma dieta restritiva ou ordenando o escritório - seu ou dos demais - acredita sentir-se seguro e querido, quando na realidade isso não é certo. Seu sistema emocional está realmente necessitando de outra coisa, não esta espécie de placebo que outorga a Lua, que só satisfaz um aspecto muito superficial do mundo emocional.

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