Circuito emocional

O campo energético, na primeira etapa da vida da criança com a Lua em Leão, provoca um “feed-back”, pois circula uma carga de extrema valorização e importância pessoal.

Este será o sinal que lhe indica a presença de amor e segurança, sua ausência, pelo contrário, significará desamparo. É comum que se manifeste esta Lua em filhos únicos ou em crianças muito esperada por alguma razão. Em geral, será o favorito ou favorita da família ou, pelo menos, de alguma figura importante da mesma como o pai, a mãe ou os avós.

Esta posição preferencial implica muita exigência para a criança?

Não, porque não se espera que ela seja maravilhosa no futuro, não está obrigado a sustentar o favoritismo de que goza nem se pretende que se destaque no mundo, como no caso de um Sol no Meio do Céu, por exemplo. Com a Lua em Leão se é maravilhoso pela única razão de haver nascido, ser alguém muito especial é um traço natural para ela, não uma demanda. No âmbito protetor que a família lhe outorgou na infância se sente adorado e por isso não pode perder suas preferências, não experimenta exigência alguma.

É que ela nasceu “em berço de ouro”

Sim, mas não em termos materiais. Ainda que a pessoa com essa Lua tenha, ao mesmo tempo, Saturno na 5ª casa - de maneira que, quem sabe, não foi precisamente o filho querido da mãe - provavelmente o foi da tia que vivia com eles ou da irmã, com quem a mãe o deixava quando saía para trabalhar. O mecanismo se articula em relação a esta experiência, parcial ou total, de ser o centro adorado de alguém. Neste caso, a combinação deste fatos podem fazer que com que a afetividade oscile entre ser adorado e o pânico de ser abandonado, ou a convicção de ser uma princesa ou um príncipe que nunca conseguiu o amor que merecia.

Envolto por esta adoração, goza de prerrogativas e uma atenção que os demais não obtém e que a ela é oferecida sem condições. Isto é muito diferente de ter sido considerado o centro absoluto da vida de seus pais, sem o qual eles não conseguiriam viver. Ele não deve entregar nada pelo fim de seu favoritismo, como ocorreria no caso da Lua em Escorpião, por exemplo. Na Lua em Leão, ser o centro do mundo não está ligado a um forte desejo posto sobre a criança, e sim sua extrema valorização.

Em definitivo não é possível que esta pessoa passe desapercebida.

Precisamente nisso reside o problema para o futuro, sem a consciência fica identificado com essa matriz primária. O lugar preferencial e a adoração - em maior ou menor medida - tiveram lugar realmente durante a infância em família. Mas mais tarde é perfeitamente possível que a pessoa passe despercebida, mais ainda, seguramente lhe ocorrerá em várias situações. Ainda que nos marcos afetivos primários siga obtendo olhares admirados, a necessidade emocional deste hábito protetor constituído na infância exigirá o retorno da mesma qualidade, quase em qualquer circunstância. Isto obviamente não acontecerá, e aqui começam as dificuldades para esta Lua.

A necessidade de ocupar o centro, como único contexto seguro para estas pessoas, converte paradoxicamente a esta Lua em um fato de desobrigação e sofrimento para o conjunto do sistema, dado que é muito pouco provável que essa experiência de incondicional valorização - para alguém que a dá por descontada - se possa prolongar indefinidamente ao longo da vida.

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