Começa a constituir-se o circuito.

Neste vínculo se organizam uma série de condutas visivelmente adaptadas que resultam exigentes em demasia para qualquer filho, no sentido que o comportamento emocional é considerado incorreto. Que o afeto que necessita surja quando respeita essa premissa, equivale a dizer: “tenho que me comportar como um grande”, ou seja, de forma medida e criteriosa, inclusive adiando seus desejos em benefício das necessidades dos outros.

Neste sentido, a Lua em Virgem tenciona de uma maneira muito particular o conjunto da carta natal, abrindo dois caminhos possíveis para a pessoa: ou cumpre absolutamente esse programa hiper-maduro, inibindo sua espontaneidade - que mais tarde deverá aparecer de uma forma dissociada - ou a demanda lunar se fixa totalmente na figura materna, polarizando outras partes da carta que necessitam transgredir esse padrão hiper-maduro. No segundo caso, a rebelião ou a desordem serão modos de compensar e iludir essa matriz inibidora, mas deixando uma inevitável sensação de perda de afeto por não “fazer o correto”.


Essa tentativa de iludir a Lua, não é algo que ocorre com todas as cartas?

Estamos diante de um caso muito especial, porque o que dá segurança a Lua em Virgem é praticamente uma negação do infantil. Isto gera uma forte sensação que “sou amado desde que não seja infantil”, e isto é um paradoxo difícil de sustentar porque o erro é que “eu sou e necessito manifestar-me como tal.”

Mas não vamos confundir a Lua em Virgem com a Lua em Capricórnio. Aqui não se trata de ser adulto por assumir responsabilidades e minimizar as necessidades em prol de uma meta, mas sim, estabelecer uma faceta muito mais mental e criteriosa. Persegue-se um comportamento perfeito, não no sentido de reconhecimento e sim, no contato, não mostrando falhas e sendo capaz de responder com “inteligência”, sensatez e altruísmo diante de todas as situações, ou como dissemos antes, gerando por oposição a sensação de não ser amado porque não consegue responder com esse nível de amadurecimento.

Muito mais adiante na vida, esse terrível e geralmente inconsciente medo levará a pessoa ao caos e a situações paradoxais. O círculo vicioso, para ela, consiste em que se a boca ordená-lo, tudo a fim de escapar da constante ameaça de desordem, mas fazê-lo de uma maneira basicamente infantil e imatura, que persegue ao contato, uma recompensa afetiva. Assim, nesta ordem defensiva, é possível chegar a real problemática do que está acontecendo e gerando as situações, mas que por outro lado, o reprimido atuará de forma invisível, desenvolvendo-se cedo ou tarde, na ordem em que se pretendia constituir.

Aquilo que se tem valorizado com tanta sensatez e inteligência se revela como uma resposta basicamente imatura e regressiva diante da realidade pode ser uma dolorosa surpresa, difícil de aceitar para as pessoas que possuem este mecanismo.



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