Dependendo da Independência

Se pudéssemos sintetizar os mecanismos desta Lua, em uma frase seria “não sei porque, mas cada vez que me querem, me invadem”.

É de se supor que isto se torna um hábito e, finalmente, a pessoa se sente cômoda?

Sim, ocorre que a pessoa, se sente cômoda e segura em algo que converte o mecanismo e que, eventualmente, trava o resto de sua natureza. Por exemplo, se é sol em Touro com ascendente Câncer, pode ser na verdade uma pessoa que se expressa através do contato profundo terno e receptivo. Ao ter a Lua em Áries, seu movimento defensivo vai levá-lo a hiperatividade e inclui a agressividade, e não simplesmente em relação aos demais e sim também para as verdadeiras necessidades de toda a sua totalidade.

Por certo, que não deve ser esta, necessariamente, a realidade do presente para a pessoa, mas em termos globais, o campo energético e a memória afetiva da Lua em Áries sempre giram em torno das sensações básicas. A primeira é que ter a iniciativa eqüivale a segurança e que perder a iniciativa é igual ao perigo. Por outro lado, sente que ao haver confrontação aberta há afeto e comodidade. A maneira como as mensagens afetivas são enviadas por esta pessoa são muito peculiares: invadir o outro, hostilizá-lo, intimidá-lo, fazer coisas continuamente, são maneiras de demonstrar afeto e buscar segurança e proteção, no qual é certo na bolha lunar, mas não em um contexto mais amplo.

Agora bem: como dissemos antes, se a resposta externa não expressa espontaneamente essa carga, a insegurança fará com que a pessoa a provoque. Aqui se instala para ela, o feed-back completo: o mecanismo lunar provoca que o que está fora a invada e no extremo, que a hostilize e a ataque, e isto é o que eterniza o processo. Mecanicamente, responde com certa energia, ou com certa paranóia, porque sente que sempre a acusam e tende a conferir realidade a esta situação, muito mais do que esta objetivamente merece. Reagirá de acordo com essa percepção, mesmo que não esteja sucedendo tal coisa, mas por outro lado, a provoca, porquê? Porque se perceber que “isto” não acontece, o que está ocorrendo realmente é a cena de insegurança. É muito melhor brigar, discutir, meter o corpo, etc, à que tudo flua harmoniosamente, por exemplo, essa calma é ameaçadora, entre outras coisas, porque a obrigaria a pôr-se em contato com o que realmente está acontecendo. Este é precisamente o problema do mecanismo lunar: inibe o desenvolvimento das funções de registro e contato no presente, estas ficam anuladas pela ativação automática de um contexto do passado. No mecanismo da Lua estamos no reino da memória.

Toda a Lua é círculo em que a dinâmica se auto-reproduz: A Lua em Áries ama o espaço livre e a sensação de pôr a iniciativa em todas as situações. Essa pessoa tão independente na aparência, fará todo o possível para ver-se invadida e obter inconscientemente o contrário daquilo que conscientemente deseja.

Vejamos com mais atenção esta necessidade de “independência” da Lua em Áries. Sabemos que esta pessoa necessita de muita liberdade, sobre tudo para marcar claramente seu território, porque tende a perceber o que está fora como condicionante. Se outra pôr demasiada iniciativa, inconscientemente se configura um contexto em que sente que fica a sua mercê. Assim, a posição passiva ou simplesmente receptiva é automaticamente vista como dependente.

Um dos mecanismos possíveis consiste em garantir sempre um excesso de movimento, porque está previsto que pode perdê-lo a qualquer momento. Por isso, é comum vê-las realizar sua “dança de guerra”, literal ou metafórica - com que demarcam claramente um espaço, cujas bordas não podem ser ultrapassada por nada, sem que sintam ameaçadas.

Imaginemos um exemplo trivial: uma pessoa capricórnio - virgem dessas que gostam de ter suas agendas organizadas para o ano todo - chama seu amigo Lua em Áries, para propor-lhe um encontro dentro de quinze dias, recebe como resposta “liga-me nessa dia, ao meio dia e aí confirmamos...”. Porque a Lua em Áries fez isso?

Porque sua fantasia lhe diz que, se alguém propõem um encontro com muita antecipação, está decidindo por ela. E como necessita sentir a espontaneidade das situações, recusa a imposição de uma programação, mesmo que provenha de uma decisão anterior sua. Eventualmente dirá: “vivo de instante em instante, o aqui e agora do desejo”. Por suposição, cabe duvidar que isto seja realmente assim.

Na realidade vive na memória do passado e sente que, se não está alerta e na defensiva - não aberta e receptiva - pode ser dominada. O que esta Lua necessita é ter a sensação de que pode fazer o que quer, quando quer. De modo que, quando algo sai do que supôs o seu desejo, seu mecanismo lunar imediatamente sente “perigo”. Daí a expansão ser-lhe difícil e opte por ir resolvendo os problemas sobre a marcha, sem advertir que isto gera freqüentemente outros ainda maiores.

Então se quer relacionar-se com esta pessoa, não tem que demonstrar-lhe que presta muita atenção...

Bom, cada um é livre para elaborar suas próprias estratégias das respectivas estruturas energéticas. Eu diria que se estas pessoas aparecem em nosso campo vincular, é necessário que se forme um certo jogo áspero: tratando-se por exemplo, de alguém com o Sol em Libra e Ascendente em Câncer. É claro que se trata de um mecanismo e não de uma identidade madura, mas o desconcertante é que, apenas surge uma sensação de insegurança e a pessoa tende a colocar-se nesse ponto. Com a Lua em Áries, podem estar muito tranqüilos... até chegarem em casa. Ali a pessoa subitamente impõe distância porque se sente invadida com muita facilidade, se gera uma situação de intimidade. Nesse ponto, seu primeiro movimento consiste em pôr-se distante ou hiperativa para evitar o contato, ou para que este acabe.

Por certo, esses comentários se vinculam com o lado mais imaturo desta lua, não quer dizer que uma pessoa com a Lua em Áries não tenha outras possibilidades.

Isso pode ser modificado pelos aspectos da Lua?

Os aspectos podem evitar estes mecanismos, mas sem completar a estrutura ou diluir o componente Lua em Áries é algo muito mais vasto, contraditório ou ambivalente. Pode acontecer que as características apontadas por signo sejam menos perceptíveis, mas igualmente estarão presentes dentro de um quadro mais complexo.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Lara Moncay Reginato disse...

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