A mente que dissocia

A maneira básica de dividir a energia, no caso da Lua em Gêmeos, é levando-a ao plano mental, ao plano das representações. Ali se vê o que está acontecendo, mas na realidade não se o sente nem se estabelece um contato pleno com ela. Aqui aparece o ponto sutil do mecanismo lunar, no qual o possível talento ligado a Lua se converte em um comportamento regressivo. Quando um adulto com a Lua em Gêmeos faz várias coisas de uma vez, ou interpreta o que acontece com explicações e teorias aparentemente brilhantes, está - de um ponto de vista - desenvolvendo uma habilidade que lhe é natural: ainda que no psicológico não esteja no presente. É em realidade uma criança mostrando suas habilidades, convencido inconscientemente de que assim obtém afeto e que todos os problemas se resolverão magicamente. A criança é capaz de fazer malabarismos e o faz porque sabe que será premiada. Mas para o adulto isto é uma ilusão, porque em uma situação real em que aplique suas habilidades lunares não há nenhuma mãe disposta a acarinhá-lo. No imaginário infantil, pelo contrário, se faz malabarismos a mãe aparece e lhe dá afeto e proteção absoluta. Mas não percebe que ao dar energia a esse imaginário se dissocia, faz várias coisas ao mesmo tempo e divide o curso da ação, desejando incessantemente abrir situações e processos, comportamentos que muito possivelmente desenvolvam, mais tarde um conflito ou situação realmente inseguras e perigosas.

Não se dá conta dele porque essa dinâmica divisiva, que aos olhos dos demais se faz cada fez mais complexa e intrincada, o tranqüiliza no nível emocional, criando a ilusão de que terminaram todas suas dificuldades.

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