Negação da realidade.

Daí a atitude de idealizar e até de negar a complexidade da realidade constituída o refúgio fundamental desta Lua. Seu aspecto custoso e realmente conflitivo é, precisamente, a incapacidade para permanecer com os acontecimentos tal como eles são, tomando contato com a verdadeira dimensão dos problemas e, sobre tudo, conectando-se com suas emoções profundas e com as suas motivações ocultas. Estas pessoas mascaram rapidamente tanto a realidade como sua verdadeira interioridade, apelando a um otimismo e uma alegria quase infantil, que resultam inevitavelmente negadoras.

Um mecanismo típico para enfrentar tudo isso é viajar. Quando a Lua em Sagitário perde sua estabilidade emocional ou quando uma situação é demasiadamente difícil, o característico é comprar uma passagem e ir a qualquer lugar. Ou de maneira semelhante, embarcar na primeira situação que lhe permita tomar muita distância dos problemas, para sentir-se livre e fechar-se em coisas novas que abram outros horizontes. Mas, logicamente, nada disso fará com que as dificuldades desapareçam.

Com esta resistência para enfrentar os problemas e sua tendência evasiva, as pessoas com a Lua em Sagitário podem demorar muito mais tempo para assumir uma crise. O paradoxo do mecanismo faz com que desta maneira as coisas se compliquem tanto, que logo se torna tarde para resolvê-las com baixo custo.

Não percebe que, ainda que fuja, fica igualmente presa ao problema?

Visto de fora isto é óbvio porque ainda que viaje, o problema existirá, mas a pessoa não percebe. Aqui pode-se ver perfeitamente a maneira como funcionam os mecanismos lunares.

Existe um hábito que cria sensações psíquicas ou a presença de uma qualidade que se associa com a segurança, ainda que isto dificulte ainda mais as coisas. Neste caso, se estabelece a dependência emocional com as sensações de amplitude e expansão, o que a leva a colocar distância, objetiva e fisicamente. A pessoa com esta Lua sempre encontra uma solução otimista que lhe impede de ir à fundo nas dificuldades.

Ou seja, que idealizar situações e pessoas é uma atitude básica, em que nascem grosseiros erros de apreciação da ação e dos vínculos. É quase uma constante que estas pessoas vejam muito mais possibilidades do que realmente existe e que exageram na valorização de seus projetos, convertendo-os em ativos “compradores de tampões”. Aos olhos de alguém com muita energia capricorniana ou escorpiana, aparecem como extremamente ingênuas e crédulas. Não devemos esquecer que em sua matriz básica reina a confiança: sua perspectiva natural a predispõe sempre a ver o “fora” como algo estimulante e a perceber a quem os rodeia como seres que procuram o melhor para elas, continuamente dispostos a apoiá-las e a compreendê-las. Está é, obviamente, a prolongação inconsciente de seu mundo infantil, onde a abundância e a benevolência do meio estavam garantidos. Mas isso não tem porque reiterar-se no futuro, quando é bem possível que apareçam a competência, a manipulação, o domínio ou o conflito de interesses que - depois de tudo - serão manifestações de outros aspectos de sua energia. À estas pessoas é difícil aceitar estes traços da realidade, porque sua posição recorrente será confiar em tudo e em todos. Sua natural simpatia e generosidade sobre os demais ficará assim confirmada, mas pela mesma razão podem ser levados a experimentar fortes frustrações e fracassos.

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