Ascendente e a 1ª Casa - continuação

Os signos e os planetas na 1ª Casa indicam o tipos de funções nas quais teremos mais valia nos processos de realização de nossa única e própria identidade. Estas são as tarefas que necessitamos realizar a fim de desvendar inteiramente o quem somos. Não seremos completos enquanto não reconhecermos, explorarmos e desenvolvermos estas qualidades. A este respeito é bom ter em mente que os signos e os planetas (em qualquer casa) podem ser comparados com um elevador numa grande loja de departamentos. Este elevador pode nos deixar no primeiro andar para calçados femininos, no segundo andar para moda masculina ou ir diretamente para o restaurante no último andar. Do mesmo modo, Marte ou Áries, por exemplo, podem, em certo grau, significar impulsividade e precipitação enquanto em outro significam coragem e bravura. Aumentando nossa sabedoria, é possível trocar e mudar os níveis, ir de uma forma de expressão do signo ou do planeta para outra. Tais mudanças de níveis talvez tenham que ser vivenciadas com todos os posicionamentos no mapa, mas é especialmente proveitoso provar desta maneira as energias na 1ª Casa - a parte do mapa tão crucial para a auto-descoberta.

Junto com a 3ª, a 4ª e a 10ª casas, a 1ª Casa mostra algo a respeito da atmosfera, do ambiente do começo da vida. Normalmente encontramos nos posicionamentos da lá Casa a formação dos primeiros anos de vida. Por exemplo, se Júpiter estiver aí, a pessoa pode mudar de país logo depois do nascimento. Com Saturno pode haver uma sensação de privação ou restrição durante a infância. Formamos uma identificação muito forte com os arquétipos representados pelos signos e planetas ali localizados porque as energias da 1ª Casa são conhecidas e despertadas muito cedo na vida. Faça um pequeno entalhe na casca de uma muda e, quando crescida, a árvore terá uma enorme ferida.

As energias da 11ª Casa poderiam descrever mutuamente o efeito que "nossa entrada em cena" provoca nos outros. Com Urano ou Aquário nesta posição, nossa chegada poderia significar rompimento e mudança. Com Plutão ou Escorpião, nosso nascimento poderia coincidir com uma grande crise de reorientação daqueles que nos rodeiam. Nós levamos conosco qualquer signo ou planeta na 2ª Casa onde quer que vamos. Isto não é nada surpreendente uma vez que esta casa é naturalmente associada com o signo cardeal e de fogo Áries, e com o planeta Marte. O fogo cardeal representa um princípio radiante na vida. Em geral, os atributos de qualquer signo ou planeta na lá Casa são amplificados por estarem nesta posição, como se o volume de seu "tom" fosse aumentado. Se as energias da 1ª Casa não são óbvias na pessoa então alguma outra coisa no mapa está provavelmente obstruindo sua expressão e este bloqueio tem de ser examinado.

Uma vez que o signo Ascendente tem tão grande influência na maneira pela qual conhecemos a vida, as qualidades deste signo serão refletidas e incorporadas em certo grau em nossa aparência física e em nosso semblante. Muitos astrólogos dizem ter a habilidade de retificar uma hora de nascimento incerta procurando o signo Ascendente que mais se relacione com a imagem e a aparência da pessoa. No entanto, determinar a aparência corporal apenas pelo Ascendente é simplificar demais as coisas. O mapa todo é vivo e expresso através do corpo; por isso, muitos fatores diferentes num mapa de nascimento são concretizados na fisionomia.

O livro Recentes avanços em astrologia natal, de Geoffrey Dean, relata alguns estudos feitos a respeito da relação dos posicionamentos no mapa e da aparência física. A astróloga americana Zipporah Dobyns acredita que a posição do regente do Ascendente (o planeta que rege o signo que se encontra na lá cúspide da lá Casa) é mais importante neste caso do que o signo em que se encontra o Ascendente. A astróloga alemã Edith Wangemann relata a correlação entre o signo Ascendente e o regente com o formato da cabeça, a testa e os ossos que ficam em volta das sobrancelhas.

March e McEvers, autores de Aprenda astrologia, vol. 3, incluem um interessante capítulo sobre "Procurando a aparência física". Eles acreditam que os fatores cruciais são o signo Ascendente, os planetas que se encontram na lª e na 12ª casas próximos 8 a 9 graus do Ascendente, o posicionamento do regente do Ascendente, o signo solar e os planetas próximos do Meio-do-Céu.

Evidentemente, relacionar a aparência física com o mapa é muito complexo. No entanto, algumas possíveis manifestações físicas do Ascendente são dadas no Capítulo 17.

Em geral, para se definir bem um Ascendente há um certo número de fatores que devem ser levados em consideração: o signo Ascendente; o planeta regente - seu signo, sua casa e seus aspectos; os planetas que se encontram junto ao Ascendente e os aspectos feitos com o próprio Ascendente. Maiores explicações destes fatores se encontram nas páginas 148-150.

No momento do nascimento, uma das miríades de possibilidades de vida para uma incorporação física irrompe da liberta matriz do ser. Por mais bonito que isto possa soar, nós na verdade não nascemos com a compreensão de nós mesmos como entidades separadas e individuais, nem chegamos com o conhecimento de nós mesmos como alguma manifestação de espírito universal ou como uma expressão de alguma das muitas faces do que alguns chamam de Deus. No entanto, é através do desenvolvimento do signo Ascendente e dos planetas da lá Casa que vamos nos tornar não só mais cientes do que somos como indivíduos, mas também mais conscientes de nossa relação com um todo maior do qual fazemos parte. As próximas onze casas descrevem estágios suplementares desta viagem.

Um comentário:

Cláudio dos Anjos disse...

Texto muito interessante! 👏😃