Associações afetivas, reações e mecanismos

Aqui como nas outras luas que iremos falar, podemos distinguir uma seqüência de fatos que na infância aparecem sempre associados e pelos quais a criança encontra respostas inusitadas. Este contexto histórico primário ficará gravado na memória afetiva. Mais tarde, diante do mínimo estímulo, o adulto tenderá a configurar o mundo da mesma maneira e a repetir mecanicamente a seqüência infantil.

1- Cada vez que a pessoa, com a Lua em Áries, se sente insegura, se ativará a percepção de um contexto intruso e de perseguição. E isto desencadeará a conduta de “excitação”: toma a iniciativa e demarca mais ou menos agressivamente o seu espaço.

2 - Ficará estabelecida uma associação inconsciente entre a afetividade e a ação. Cada vez que demonstrar afeto, tenderá a fazê-lo por este canal.

3 - Do mesmo modo, tenderá interpretar as mensagens afetivas dos outros da mesma maneira. É muito difícil para qualquer Lua, compreender mensagens afetivas diferentes das quais organizou-se através dos mecanismos lunares.

4 - Esta pauta peculiar, em relação ao afeto como tal, é ambivalente e confusa dificilmente compreensível para os demais. No caso específico das pessoas com a Lua em Áries, é possível que apareça temor, e ao mesmo tempo incomodidade, diante do contato com a ternura. Apenas se manifestam carinho e proteção, se colocam nelas as associações inconscientes pelas quais adquiriram a certeza de que estão a ponto de perder sua liberdade, isto faz com que seja muito difícil ter acesso a sua intimidade.

Para esta lua existe uma fantasia de castração ligada a situação afetiva. A pessoa capturada com esta imaginação torna-se imediatamente distante, diante do estímulo afetivo, colocando-se na defensiva, isto é um prelúdio para o ataque ou eventualmente para a fuga. Marcar um território, entrar em hiperatividade, são algumas respostas possíveis que, obviamente, dependerão do resto da carta natal.

Uma pessoa com esta Lua, então, tanto quanto há uma forte presença afetiva como quando se vê ameaçada em sua segurança, aciona imediatamente a forma ariana, se coloca hiperativa, toma uma decisão atrás da outra, se adorna da iniciativa, se apoia na ação física e eventualmente agride. Assim ficam inconstantemente gravadas situações como discussões, brigas, proclamação da própria independência, grande dispersão de energia física, etc.

O que define esta energia como mecanismo lunar é a aparição de um círculo vicioso. Por um lado a pessoa se situa num estado de alerta permanente porque percebe que sempre é invadida, e isto é o que mais detesta ao nível consciente mas, por outro lado, esta mesma situação está afetivizada. Então, quando não a atacam, nem a invadem, quando não há conflitos de desejos, sente um grande vazio emocional, como se estranhara o tipo de carga que está acostumada. Assim, provoca, exatamente aquilo que do qual se defende, e ali é onde constitui o mecanismo, com a qual se recria a energia lunar. Alguém indiferente e distante, que lhe diz sempre “faça o que quiseres”, desorienta muito a Lua em Áries e a obriga a desenvolver uma entrega mais ampla e madura do seu mundo emocional. Se a identificação da consciência com os mecanismos é alta, no contato, a pessoa terminará provocando os demais de alguma maneira, argumentando e invadindo seus espaços, até conseguir a resposta que necessita, ou atuando com autonomia e desconsideração tal, que obriga os demais a intervir energicamente para limitá-lo. Só desta forma a situação retorna ao conhecido e isto, mesmo que contenha conflitos, é para ela, inconscientemente mais segura que a situação desconhecida.

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