As associações afetivizadas.

Vamos ver com mais detalhe o modo como pode desenvolver-se uma Lua em Gêmeos em um adulto, para encontrar a tênue linha de demarcação entre talento e mecanismo. Há muitas cenas e situações possíveis que nas quais expressa o hábito que leva a pessoa a fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo e a dispersasse. Por exemplo, dividir a própria casa em dois espaços - um para trabalhar e outro para morar - ou melhor ainda, ter duas casas e estar indo e vindo de uma a outra. Outra tendência habitual é permanecer em uma situação aberta, que não termina de definir-se, e que possui muitas possibilidades e por isso mesmo não a pode deixar.

O desenvolver da vida cotidiana mostra a estas pessoas cheias de vivacidade, fazendo uma tarefa e, antes de terminá-la, encarando simultaneamente outra, e logo outra e mais outra. Ainda em pequeno, é bom perceber que este movimento divisivo se incide na idade adulta. Estar fazendo uma coisa, falando uma segunda e pensando uma terceira é uma indiscutível habilidade, mas em geral as Luas em Gêmeos apela a isto para não estar plenamente presente em uma situação determinada. Qual é a diferença se tem o Sol ou o Ascendente em Gêmeos, e não a Lua? O sol se expressa fazendo várias coisas ao mesmo tempo, o Ascendente, no contato, terá que aprender a fazê-lo de modo que tenha um trabalho numa cidade e outro em outra e tenha que cumprir com os dois. Tanto no caso do sol como do ascendente, todo esse movimento implica em expressão e crescimento porque a pessoa está desenvolvendo as qualidades da simultaneidade e a vincularidade. Com a Lua em Gêmeos, no contato, a pessoa quem sabe tenha apenas um trabalho, mas se empenha obstinadamente em conseguir outro em outra cidade... Isto se torna muito fácil e não está aprendendo nada ali, mas ainda, fazendo isso está se refugiando em algo que lhe é muito familiar e que lhe tranqüiliza porque repete uma pauta inconsciente.

Nesta espécie de “mania de simultaneidade” se mostra, por um lado, uma real capacidade para encontrar pontos de encontro entre situações totalmente diferentes, mas por outro, a necessidade emocional de contar com variantes disponíveis para cada caso para não ficar encerrado em situações sem saída.

É evidente que esta busca contínua de alternativas se produza porque a pessoa com a Lua em Gêmeos tem grandes dificuldades para concentrar sua energia em uma só direção. Assim obtém uma alta flexibilidade, mas ao mesmo tempo, mediante esses comportamentos se assegura que nunca ficará totalmente imersa em situações de intensidade excessiva. Ao evitá-las esta estrutura infantil impede que se produza a pressão e a síntese necessária para amadurecer. Podemos pensar, por tanto, que as experiências que lhe exijam transitar por elas sem alternativas, tenham um auto custo emocional, mas na realidade são extremamente saudáveis para estas pessoas por quanto as obrigam a liberar outros recurso latentes em sua estrutura, mais além de seu nível lunar.

Podem ter dois projetos ao mesmo tempo?

Claro, mas convenhamos que não é a única Lua que pode fazer isso... De todo jeito, pensamos que para estas pessoas o padrão emocional básico leva a dividir a carga energética. Isto se produz com mais facilidade no ato de pensar, especificamente em entender e falar.

Quando as coisas se entendem, a Lua em Gêmeos acredita que “está tudo bem”. Usando um exemplo um tanto exagerado, poderíamos dizer que se o avião se precipita ao oceano, se sentiria muito mais tranqüila se paralelamente vá explicando porque ocorre o acidente. Se fosse um estudante de astrologia, enquanto cai diria: “claro que é porque subi no avião com Marte em quadratura com Urano oposição à Netuno”, ou seja, se existe uma explicação experimentará segurança e proteção, ainda que na realidade em meio a um desastre.

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