A “Mãe” própria desta Lua.

Daqui então, podemos definir as características do que chamamos o vínculo com a “mãe”, que se configura na existência concreta da criança. A diferença de Touro, aqui é que o afeto não surge associado ao contato corporal e a presença de substância e alimento e sim a comunicação. A palavra, o intelecto. A afetividade se verá matizada pela palavra e a verbalização será fonte de segurança. Podemos imaginar um vínculo com a “mãe” ou um mundo afetivo no qual as mensagens emocionais se transmitem em meio a palavras e a inteligência estará por sua vez muito valorizada, preciso seria dizer, afetivizada. A criança entrará em um circuito no qual mostrar-se rápido, inteligente, curioso, informado, será seguramente premiado com afeto.

Do mesmo modo, a versatilidade e a capacidade de fazer várias coisas de uma vez será algo muito valorizado e afetivizado no núcleo familiar. A presença dos irmãos também será muito importante e o ato de compartilhar jogos e poder comunicar-se com eles lhe dará muita segurança. No princípio, é possível que a mãe tenha um vínculo muito forte com seus próprios irmãos e, de algum modo, dependa emocionalmente deles. Isto se repetirá posteriormente aos irmãos da criança ou aos primos e amigos do bairro, que também podem brincar. Fazer “casa” no vizinho é um traço habitual na infância destas pessoas. Logicamente, pode ser que não existam irmãos de sangue, mas a disposição afetiva faz da fraternidade um vínculo de máxima segurança, igualmente presente através de amigos que fazem às vezes de irmãos. Mais tarde se colocará inconscientemente como irmão maior ou menor de todos os demais, em um padrão que se repetirá em seus vínculos. Em geral, o muito infantil destas pessoas está muito povoado e também cheio de movimentos e viagens realizadas em família, com primos e amigos.

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